Uma aula do Flosi na internet

Quando meu pai, o jornalista Edson Flosi, começou a lecionar, eu já havia me formado. Portanto, não tive aulas com ele. Pelo menos não em sala de aula. É bem verdade que quem teve nos primeiros anos sempre tem algumas ressalvas a fazer, como pudemos ler no Facebook, nos dias que seguiram ao seu falecimento. De fato, nas conversas em casa percebíamos, pelos relatos dele sobre as aulas, que ainda faltava o traquejo necessário. Mas uma coisa era certa: desde sempre ele adorou ensinar, transmitir conhecimento, dividir o que sabia. E os alunos, mesmo aqueles dos primeiros anos, percebiam isso e valorizavam sua capacidade de doação.

Os anos passaram, ele aperfeiçoou os métodos, flexibilizou as regras e as aulas tornaram-se memoráveis. Assim, as histórias ganharam as páginas das redes sociais na internet e hoje há pessoas que, mesmo sem nunca terem visto o Flosi pessoalmente, são capazes de narrar passagens de suas aulas que se tornaram clássicas, como os exemplos de injúria, calúnia e difamação ou a diferença entre sequestro e rapto.

Em 2012, o jornalista Sérgio Gomes, diretor da Oboré, juntou duas gerações da família em uma entrevista: o genro Eduardo Castro entrevistou Edson Flosi no Centro de Imprensa/Redação Escola da Oboré.

Agora, os vídeos da entrevista estão disponibilizados na internet e todos podem assistir a mais esta aula do Flosi. Ele mostra, por exemplo, o valor que há em apreendermos o sentido exato de cada palavra e pensarmos nele quando falamos ou escrevemos. Edson Flosi ensina que sensacionalismo não é o problema do jornalismo. O problema é quando se trata com sensacionalismo casos que não são sensacionais. “O sensacionalismo no caso do PC Farias foi grande, mas é que o caso foi sensacional”, afirmou na entrevista.

Quantos já tinham pensado em que há situações onde o sensacionalismo cabe? Situações sensacionais, por óbvio. Mas o óbvio tem sido mesmo difícil de ser reconhecido pelos jornalistas hoje em dia.

Na entrevista, Flosi conta casos que só o genro poderia arrancar dele, por conhecer os bastidores de suas reportagens, contados à mesa de jantar ao longo de 20 anos. Uma entrevista leve e saborosa, como sempre foram nossas conversas em volta da mesa de jantar.

1 Resposta to “Uma aula do Flosi na internet”


  1. 1 Lucia Agapito 14 de junho de 2013 às 10:37

    Já devorei os dois vídeos e até ia comentar com o Eduardo que ficou um enorme gosto de quero mais: ambos terminam antes de terminar a fala dele.
    A história do carnaval é “sensacional” e a forma como ele conta sobre o detalhe que ele deixou escapar em um caso é muitooO bom! Como eu queria ter tido o privilégio dessas conversas!!!!


Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s




placa Cabo da Boa Esperança

Digite seu endereço de e-mail para acompanhar esse blog e receber notificações de novos posts por e-mail.

Junte-se a 720 outros assinantes
junho 2013
S T Q Q S S D
 12
3456789
10111213141516
17181920212223
24252627282930

Tudo que já aguentamos por aqui

Sobre o que aguentamos

Os que mais aguentamos


%d blogueiros gostam disto: