Brunno Gomes Ribeiro foi encontrado. Não houve crime, não houve violência, não houve perdas fatais e ele está fisicamente bem. Ao que parece, o que ocorreu com ele foi vivenciar uma das inúmeras expressões da questão social, vista aqui como resultado das contradições capitalistas.
Contar os bastidores da história só cabe aos diretamente envolvidos e, do meu ponto de vista, é absolutamente irrelevante para quem não participa do núcleo familiar do Brunno.
Da minha parte, quero agradecer a todos que foram solidários neste momento de dor e angústia e, dentro de suas possibilidades, procuraram reconfortar a família e aos amigos mais próximos.
P.S. 8/10/13: Para não restar dúvidas, devido a informações anteriores divulgadas pela imprensa antes da confirmação da família, como bem lembrou a Tita no comentário abaixo, confirmo que a informação de que ele foi encontrado foi passada pela família. Inclusive, parece que o caso, para a delegacia, já está encerrado.
Sandra, gostaria so de saber se ele já se encontra com a familia, ou se a familia tem a certeza que ele está bem e vivo….isso pq, depois foi dito que a imprensa mentiu sobre o fato dele ter entrado em contato com a familia….que a esposa so sabia que ele tinha ido ao Maranhao e nada mais….e mesmo nao conhecendo, nos colocamos no lugar do outro e cabamos sofrendo e rezando pra que tudo acabe bem….como vc tem contato direto com a familia, sua fonte parece ser segura….obrigada.
Sim, Tita, a informação de que ele foi encontrado é da família e da polícia. Inclusive, parece que o caso, para a delegacia, já está encerrado.
Obrigada pela preocupação e solidariedade.
Que bom que ele está de volta e está bem..
Graças a Deus!!
Mas eu acho que todo mundo se envolveu e que merecíamos, no mínimo, satisfação. Que palhaçada é essa?!
Todo mundo ficou preocupado, compartilhamos, sofremos o dor da esposa pra no fim vir um relato vazio desse?
E o que significam as expressões sem sentido algum?
“inúmeras expressões da questão social, vista aqui como resultado das contradições capitalistas”.
Francisco,
o meu relato visou basicamente estancar a preocupação e sofrimento dos que acompanharam o caso. Sinto muito se seu sofrimento permanece, mas não tenho nada mais a divulgar sobre o que aconteceu e nem me interessaria ter.
Vou tentar esclarecer suas dúvidas sobre os termos usados: as contradições capitalistas são as que vemos na cultura que toma conta hoje do mundo ocidental, onde as pessoas colocam a si próprias acima de tudo, onde o coletivo e o bem estar do outro não é importante. Trata-se da postura egoísta e mesquinha que temos visto à nossa volta, onde a solidariedade não é algo despretensioso. As contradições do capitalismo se manifestam, por exemplo, quando se grita pela liberdade de expressão, mas não se mede as palavras para falar do outro, quando se pede respeito e privacidade para sua vida, mas não respeita o espaço e o tempo dos demais, quando programas de televisão que especulam a vida alheia dão mais audiência do que documentários culturais.
Essas contradições geram a questão social, que é o reflexo das desigualdades da sociedade.
Uma sociedade assim: egoísta, mesquinha, que sempre quer algo em troca, gera situações inúmeras que levam, entre outras circunstâncias, ao desaparecimento das pessoas, situação que temos visto recorrentemente e que, quando somos genuinamente solidários, divulgamos e contribuímos na busca, com o único intuito de colaborar.
Quem desaparece pode ser uma pessoa que sai de casa porque faz uso de drogas ilícitas e não encontra acolhimento em sua família, pode ser uma pessoa que foi sequestrada e alguém exige um valor em dinheiro para que a família a tenha de volta, pode ser uma pessoa que quer terminar um relacionamento, mas não encontra em si fortalecimento suficiente para isso, pode ser uma pessoa que sofreu uma crise de amnésia e depois é encontrada na rua por alguém que a reconhece a partir de um cartaz, pode ser uma pessoa que tem muitas dívidas e procura na fuga uma solução, pode ser uma pessoa que vivencia um sofrimento psíquico grave e acha que indo para longe deixará o sofrimento para trás, pode ser um pai de família desempregado que se envergonha de sua condição… podem ser inúmeras situações.
Uma coisa é fato: saber o que é não vai fazer a vida de ninguém diferente. Apenas a da própria família, que poderá tentar resolver a questão. Até porque cada um vive seus próprios conflitos dentro desta sociedade.
Sonho com o dia em que o ser humano seja capaz de ser solidário e colaborar para amenizar a dor alheia sem querer “satisfação”, porque talvez este seja o sinal de que estamos caminhando para um mundo com menos questões sociais.
Francisco…fiquei com uma vergonha…(por você, claro), mas…”segue o jogo”…
Uffffffffff. Que alívio!
Embora o fim da incerteza nem sempre seja o fim de uma dor, é melhor que a angústia de não se saber do desaparecido!
É muito bom quando tudo acaba bem.
Fiquei feliz por vocês.