Nós e eles.
Oriente e Ocidente.
Esquerda e direita.
Bons e maus.
Peraí… Bons? Quem?
O mundo está cada vez mais polarizado, mas, em algumas circunstâncias, os dois lados são tristemente iguais.
Quando a jornalista Rachel Sheherazade defendeu amarrar o guri no poste, os setores progressistas, defensores dos Direitos Humanos se manifestaram ardentemente contra. Já os reacionários, aplaudiram. Nem vou entrar nos argumentos de cada parte porque não é essa a questão.
Depois, dois jovens branquinhos, com cara de classe media, foram pegos pichando muro no litoral paulista e a reação dos moradores foi pichar o corpo da dupla com o próprio spray. A torcida se inverteu. Muitos que foram contra Sherazade, acabaram a favor do que se chamou de punição educativa ao casal.
Nesse meio tempo, vimos policiais militares que picharam a cara de um jovem flagrado pichando o muro da base da polícia.
Então, o militar reformado, torturador confesso, Paulo Malhães foi morto. As investigações estão em andamento, mas, num primeiro momento, a notícia circulou como a morte tendo sido uma possível queima de arquivo e a causa asfixia. Nas redes sociais surgiram muitos comentários estranhíssimos, inclusive de gente que defendeu a criação da Comissão da Verdade, para investigação dos crimes cometidos durante a ditadura militar no Brasil.
Como bem pontuou o site Muda Mais “A Lei de Talião, o infame ‘olho por olho, dente por dente’, que tem se apoderado dos discursos anônimos e midiáticos, tem feito vítimas diárias. Em tempos de linchamentos públicos – só nesta semana, houve dois casos no país – comemorar uma morte se aproxima de uma visão fascista e totalitária.”
Sonho com o dia que seremos todos Mandela. Mas este dia demora a chegar… e cada vez eu aguento menos a incoerência do ser humano.
Quem não aguenta, comenta