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Para Marina, vice já era um elogio

Desde que o candidato à presidência da República, Eduardo Campos, morreu em um acidente de avião, o cenário político eleitoral de 2014 virou completamente e, tentando me distanciar de paixões, tenho feito muitas reflexões. A principal delas é no sentido da viabilidade técnica de Marina Silva governar o país.

Quando Eduardo Campos foi escolhido candidato e ela vice, houve muita especulação sobre a possibilidade dela ser a cabeça de chapa. As argumentações principais eram que ela teria mais apelo popular, seria mais fácil de ser vendida ao público, era mais conhecida nacionalmente e outras baboseiras nesta linha.

No entanto, não deu pra ela. Não deu porque, claramente, ela não tem estofo para tanto. Politicamente, ela é fraca tanto em seus apoios, que se resumem a ambientalistas e banqueiros, quanto em sua experiência na vida pública. Em 30 anos – sim ela está aí há 30 anos senhoras e senhores! – foi pessoa de uma nota só, nunca foi capaz de discutir o Brasil de forma completa, não me parece sequer que compreende a posição do país no mundo hoje. É a defensora de uma causa, sem conseguir contextualizá-la no universo mais amplo.

A candidata almofada vazia

Marina: a candidata almofada vazia

Agora, com a ausência de Eduardo Campos, querem fazê-la candidata. E o PSB fez. Na prática, ela é candidata. Mas é uma candidatura tão frágil quanto a própria figura física que a carrega. Tenho pensado incessantemente em alguns pontos que não me fazem conseguir engolir sequer a ideia de que, dentro da coligação do PSB ela seja a melhor alternativa:

– ela se diz o novo, a terceira via, mas tem uma história de três décadas de vida política; nesta vida política que está aí, não em outra;

– sua vida religiosa é tão errática quanto a vida política e, mesmo assim, se apega ao fato de hoje ser evangélica (depois de quase ter sido freira) para angariar uma parcela de votos (eu não falei em oportunismo, foi você que pensou);

– como vereadora, seu grande feito foi a tomada de medidas populistas, como devolver parte dos recursos recebidos sem, no entanto, mudar o status quo;

– como deputada estadual, nem mesmo em seu site oficial há algum destaque para suas atividades;

– como senadora, se destacou na defesa do meio ambiente. E só. Só não no sentido de ser pouco. Acho extremamente relevante, aliás. Mas só no sentido de ser restrito, de ser uma atuação de uma nota só. O desempenho fez com que conseguisse o cargo de ministra do meio ambiente no governo de Lula.

Foi uma boa ministra do meio ambiente? Aparenta ter sido. Pelo menos defendeu bem a causa e o Brasil avançou muito nesta questão.

Mas, e o que mais? O Brasil é isso?

Gente com falta de visão, eu não aguento.

 


placa Cabo da Boa Esperança

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