A perda de um ser que amamos causa muita dor e sofrimento. Mas são sentimentos com os quais aprendemos a lidar desde criança. Dói, até desespera, corrói por dentro, mas está baseado em uma certeza, em um fato. Alguém rompeu o relacionamento conosco, alguém faleceu, acabou.
O não saber, por outro lado, é desesperador. Um ser querido desaparecer é algo que racionalmente não conseguimos aceitar. Passamos a viver o sofrimento dos delírios que nosso cérebro produz involuntariamente. Sem saber o que é daquele ser, ele passa a criar fantasias sobre o que pode ter ocorrido.

Desaparecido na Asa Norte, Brasília, Brunno Gomes Ribeiro
E é esta dor que toma conta desde o dia 30 de setembro de 2013 da família da minha querida amiga Patrícia Pires. O genro dela, Brunno Gomes Ribeiro, saiu de casa na Asa Norte, em Brasília, para ir algumas quadras adiante e não foi mais visto por ninguém.
O Brunno é o típico bom moço: cara família, que fica amigo dos amigos da sogra (tipo eu, assim!), que recebe a todos como se cada um fosse o mais importante, que tem o dom de acalmar seu dia, apenas por sorrir para você. É um cara do bem, esforçado no trabalho, competente no que faz e crente no ser humano. Talvez este tenha sido um problema e a crença de que todos fossem corretos e honestos como ele pode o ter colocado em maus lençóis. Também pode ter cansado da vida normal que tinha e como não fuma não pôde dizer que ia comprar um cigarro, simplesmente saiu para ir ali. Por outro lado, pode ter sofrido um acesso de amnésia, ter passado mal, batido a cabeça e perdido os sentidos. Pode estar vagando pelas ruas sem saber quem é e para onde voltar. Pode ter sofrido algum tipo de violência. Pode, pode, pode, maldito verbo que tudo permite à nossa criatividade.
Da minha parte, só sei que quando ele voltar, seja lá onde esteja, vou abraçar bem forte e ficar calma por poder ver de novo aquele sorriso tranquilo.
Se alguém tiver qualquer informação que possa ajudar a reencontrá-lo, por favor, informe por meio de mensagem aqui no blog ou comunique a polícia pelo telefone 190.
Uma dor desse tamanho, quem aguenta?
P. S.: De acordo com informações divulgadas pela Patrícia Pires no Facebook, no dia 5/10/13, o Brunno foi para São Luiz do Maranhão. “Uma pessoa que morou em Brasília e que conheceu o Brunno, ligou para a minha filha dizendo que ele tinha ligado dizendo que estava em São Luiz. Ela não mora em São Luiz mas no interior do Maranhão. A ligação caiu e não sabemos mais detalhes. … É um alívio sabermos que ele está vivo. Ninguém o viu ainda em São Luiz. Ele não ligou para a família e nem para a polícia como foi noticiado pela imprensa. Não temos nenhuma notícia de seu paradeiro, a não ser que ele pegou esse ônibus para São Luiz”, escreve a Patrícia no Facebook. Continua a torcida para que ele faça contato direto com a família e a tranquilize.
Quem não aguenta, comenta