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A ONU não precisa se prestar a isso

Deceitful man telling lies. People with megaphone incriminate liar with cheating. Fake information spread, fraud accusation, dishonest person. Vector isolated concept metaphor illustration

A abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas é tradicionalmente feita pela pessoa que ocupa o cargo de presidente do Brasil. Uma tradição baseada em uma convenção silenciosamente pactuada pelos países membros das Nações Unidas. Há duas ou três teorias que explicam como o Brasil aí chegou, mas não há documentos, atas, resoluções que determinem essa prática. Assim sendo, nada obriga a ONU a manter a tradição. Depois do discurso de hoje, o Secretário Geral da ONU bem poderia acabar com essa tradição.

Bolsonaro usou o púlpito como se fosse seu cercadinho de todo dia. Fez um discurso de campanha, bairrista, de rame-rame com governadores e prefeitos, um discurso pequeno não só no tempo, mas na pequenez que é a marca desse governo. Até presidente do governo militar fez melhor, soube falar para o mundo, soube entender onde estava.

Em pouco mais de 12 minutos de fala, a agência de checagem de dados Lupa identificou 5 informações falsas, 4 exageradas, 1 contraditória (afirmou que “apoiamos” a vacinação… apoiamos, quem, cara pálida?), 1 a confirmar (o Brasil estaria no caminho para antecipar o alcance da neutralidade climática em dez anos, de 2060 para 2050 e ainda quis posar de bonito, perguntando “Que país tem uma política de proteção ambiental como a nossa?”), 4 verdadeiras, mas… nem tanto e 1 verdadeira (número de vacinas distribuídas no Brasil contra a Covid-19).

O Estadão Verifica encontrou pelo menos 4 afirmações falsas ou enganosas no discurso. O site Fato ou Fake destacou 5 mentiras, entre elas, a frase “Nosso Banco de Desenvolvimento era usado para financiar obras em países comunistas sem garantias. Quem honra esses compromissos é o próprio povo brasileiro”. Desde 1998, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiou empreendimentos brasileiros em pelo menos 15 países da África e da América Latina, incluindo Venezuela, Cuba, Argentina, Angola e Moçambique. Nenhum destes empréstimos, no entanto, foi feito sem garantias, esclareceu o site. Não podemos esquecer ainda que esses financiamentos geram empregos para brasileiros e comercialização de produtos nacionais.

Não vou nem comentar do ridículo da fala de que o Brasil estava à beira do socialismo… e do momento que ele nos fez passar aquela vergonha internacional imensa, quando deu uma de curandeiro, defendendo tratamento precoce, que nada mais é do que o uso de medicamentos não comprovados para o combate à Covid-19. O que nos consola é que tem brasileiros por lá, mostrando que ele não nos representa.

Bolsonaro presidente, quem aguenta?


placa Cabo da Boa Esperança

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