Já faz algum tempo que as companhias aéreas aboliram a oferta até mesmo do amendoinzinho com refrigerante nos voos nacionais. Pelo menos nos de curta duração. Sem problemas, se isso as vai fazer mais ricas e mais felizes. Ocorre que nem sempre a gente consegue se alimentar antes de ir para o aeroporto. Outro dia eu peguei um voo de Brasília para São Paulo e cheguei no aeroporto Juscelino Kubitscheck sem ter almoçado, já próximo da hora do embarque e com a certeza de que não aguentaria ficar sem comer até o desembarque em São Paulo, ainda que fosse voo de uma hora e meia. Talvez aguentasse, claro, mas meu humor ficaria tão estragado que não valeria a pena.
Assim, fui até a única opção que oferece algo salgado para comer na área superior de embarque do aeroporto de Brasília: Viena Café. Para comer um lanche sem vergonha, gastei mais do que gasto no meu dia a dia para almoçar. Um misto frio light saiu por R$ 12,75, uma salada de frutas, com 100 g de poucas frutas e muito suco de laranja, custou R$ 7,00 e ainda teve um chocolate Suflair para comer durante o voo, que foi um exagero gastronômico e financeiro: R$ 6,90! Total da conta: R$ 26,65.
No voo, o misto frio tão safado quanto o que eu comi custava a mesma coisa. E convenhamos que o lanche de avião é carésimo, porque não dá para você resolver ir no avião ao lado ver quanto está e comprar por lá mesmo. Na verdade, no aeroporto Juscelino Kubitscheck, administrado pelo Consórcio Inframérica, praticamente se dá o mesmo. Dentro da área de embarque temos apenas o estabelecimento onde eu consumi e um outro no andar inferior onde as filas costumam ser tão grandes que você tem que chegar com duas horas de antecedência do voo se quiser comprar algo por lá. Talvez a fila fique assim porque seja mais barato que o Viena, talvez seja só resultado do ritmo e método de atendimento brasiliense. De toda forma, nunca consegui ser atendida em tempo para saber.
Depois de praticamente ter sido obrigada a comprar algo para comer ali, eu pensei: podia ter me organizado e saído de casa com mais antecedência, para poder comer na área externa à zona de embarque. Nem sempre dá… Outra alternativa teria sido eu me preparar no dia anterior, fazendo uma bela marmita de frango com farofa e levado para comer no avião.
Afinal, se as companhias aéreas e os aeroportos não nos dão alternativa para comer a preços minimamente razoáveis, que aguentem o cheiro do nosso frango tomando seus ambientes.
O pior é que depois, a culpa vai cair na população que não tinha acesso a avião e hoje tem. Mas hoje, tenho usado muito a rodoviária interestadual de Brasília pois os ônibus de Anápolis e Goiânia, não podem mais parar na rodoviária do plano e o que vejo lá é o seguinte. A rodoviária ficou linda e arrumada, mas tudo muito caro. Fico pensando na população mais carente que usa ônibus também. O pão de queijo mais barato custa R$-3,30. Na casa do pão de queijo, R$-3,70. Na do plano, R$-1,50. Ainda na do plano, a pessoa pode comprar um pastel e um caldo de cana por 3,00. E muitas pessoas usam esses ônibus do interior para Brasília, para fazer tratamento médico. Nem é turismo não. Mas tudo indica que é algum consorcio desses que está administrando na rodoviária também.
Vai ver minha dor de cabeça de terça-feira era fome. Porque no Galeão não é muito diferente do Aeroporto JK: tanto nos preços quanto nas filas. Sem falar que, no meu caso, não desce mesmo.
fazendo uma bela marmita de frango com farofa e levado para comer no avião… mas marmita mesmo! De alumínio, com andares e tudo! Isso sim!